

O Sucot relembra os 40 anos de êxodo dos judeus no deserto após a sua saída do Egito. Nesse período o povo judeu não tinha terra própria, eram nômades e vivam em pequenas tendas ou cabanas frágeis e temporárias. Como forma de simbolizar este período, durante a celebração de Sucot, os judeus deixam as suas casas e se abrigam sob folhas e galhos ao ar livre, simbolizando a sucá. A sucá deve ser erguida ao ar livre e deve ser constituída de palha ou folhagem, que possibilita ver-se o céu. Deve ter pelo menos 3 paredes as quais não devem estar pregadas ao teto. Além desta passagem pelo deserto, a sucá também simboliza todos os judeus que moram na diáspora, ou seja, fora de Israel. Outro ritual que se faz em Sucot é a oferenda da água. Esta era uma cerimônia que precedia a época das chuvas e a água, por ser um elemento vital, era implorada a Deus pelos camponeses. Assim como o uso dum ramo com quatros espécies, assim precisamente chamado (arba'á minim)em hebraico, e em que uma delas é designada por lulav.
Seguem-se as datas dos próximos Yom Kipur, segundo o calendário gregoriano:
Nota: o feriado começa no pôr do sol do dia precedente às datas referidas.
Existem 5 proibições no Yom Kipur:
A essência destas proibições é causar aflição ao corpo, dando, então, prioridade à alma. Pela perspectiva judaica, o ser humano é constituído pelo yetzer hatóv (o desejo de fazer as coisas corretamente, que é identificado com a alma) e o yetzer hará (o desejo de seguir os próprios instintos, que corresponde ao corpo). Nosso desafio na vida é "sincronizar" nosso corpo com o yetzer hatóv. Uma analogia é feita no Talmud entre um cavalo (o corpo) e um cavaleiro (a alma). É sempre melhor o cavaleiro estar em cima do cavalo!
Durante as orações fala-se o Vidui, uma confissão, e Al Chet, uma lista de transgressões entre o homem e Deus e o homem e seu semelhante. É interessante notar duas coisas: primeiro, as transgressões estão em ordem alfabética (em hebraico). Isto torna a lista bastante abrangente, além de permitir a inclusão de qualquer transgressão que se queira na letra apropriada.
Em segundo, o Vidui e Al Chet estão no plural, o que pretende transmitir a ideia de que o povo judeu é um povo "entrelaçado", onde todos devem ser responsáveis pelos outros. Mesmo não cometendo uma determinada ofensa, pretende-se transmitir uma carga de responsabilidade por aqueles que a cometeram - especialmente se a transgressão pudesse ter sido evitada por aqueles que não arcarão com as culpas.
Durante um longo ano comete o homem toda sorte de erros, atropelos, voluntários, involuntários. O processo da teshuvá (arrependimento, retorno ao bem) não poderá realizar-se magicamente em um dia. A tradição judia coloca ao mês de EluI, último do ano, como prefácio para ir preparando o homem para a reflexão profunda, até o grande caminho interior. Cedo, nas manhãs de Elul se ouve o som do shofar: Desperta povo!
Uma semana antes de Rosh Hashaná, também durante a madrugada, se dizem as orações que se chamam "selichot" - perdões). O 1º de Tishrei é o grande dia, a base para um ano novo e um novo ano de vida. Depois seguirão nove dias até o dia do perdão. Dez dias, para aprofundar-se dentro de si, afastar o mal, aproximar o bem. O processo chega a sua culminância no dia 10º de Tishrei : Yom Kipur.
A expiação, Kipur, na raiz hebraica, refere-se ao "que cobre", ou seja, o castigo que envolve o ato perverso. Tudo o que se pode anular, deter ou parar é o castigo; mas não o ato cometido; esse ato está aí e a única maneira de superá-la é através de uma transcendental modificação da conduta pessoal posterior. Os atos são do homem, seguirão sendo dele, e a conseqüência, sua responsabilidade. Deus pode apagar o castigo, não o ato. O jejum - que acompanha todo o dia do perdão - por sua parte não faz milagre. O jejum do dia não sacrifica nada a favor de Deus, sendo que tal idéia seria eminentemente pagã. O que faz é reconcentrar o homem em seu espírito, afastá-lo, por algumas horas, da servidão do homem ao corpo e a suas necessidades.
Observa-se também que as más ações ou transgressões têm duas polaridades: uma do homem em relação ao homem e a outra, do homem em relação a Deus. A primeira é a da vida diária, exterior, social e inter-humana. A outra, do âmbito da alma, é o segredo da consciência. A primeira é coisa de homens, e os homens têm de resolvê-la: "As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas pelo Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo ".
Daí que se costuma pedir previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoam, Deus não poderá intervir.
É o dia do perdão - quando Deus perdoa a todo Israel. Durante esse dia, nada pode ser comido ou bebido, inclusive água. Não é permitido lavar a boca, escovar os dentes ou banhar o corpo. Somente o rosto e as mãos podem ser lavados pela manhã, antes das orações. Não se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. O jejum não é permitido para crianças menores de 9 anos, pessoas gravemente enfermas, mulheres grávidas e aquelas que deram a luz há menos de trinta dias.
Se uma pessoa enquanto estiver jejuando passar mal, a ponto de quase desmaiar, deve-se lhe dar comida até que se recupere. Se houver perigo de uma epidemia, e os médicos da cidade aconselharem que é necessário comer a fim de resistir à moléstia, exige-se que todos comam.
Existem outras proibições, além daquelas contra trabalhar, comer ou beber. As relações conjugais são proibidas, bem como o uso de perfumes e ungüentos, exceto para fins médicos. Além disso, sapatos e outras peças da indumentária feitas de couro não podem ser usadas no Yom Kipur, pois não se pode usar nenhum material para o qual seja necessário matar um animal.
Após o Yom Kipur, espera-se que haja festa e alegria, não perdendo de vista o fato de que o feriado é um dia santo de júbilo.
Em nossos dias (visto não temos o Beit Hamicdash), a festa de Shavuot não tem Mitsvot (mandamentos) específicos da Torá que caracterizem o significado desta Festa como os das outras, como Pessach ( a proibição de Chamêts e o preceito de Matsá), Sucot ( os preceitos da Cabana e das Quatros Espécies – Lulav, Etrog, Hadas e Aravá). Porém, esta Festa se destaca por um conteúdo rico e elevado significado espiritual, que ganham expressão por meio de uma riqueza de costumes e grandes idéias que se consolidaram ao longo dos séculos, no seio das comunidades judias através do mundo. O significado multifacetado desta Festa se reflete nos seus diversos nomes, que aparecem nas antigas fontes: Festa da Safra, Festas das Primícias, Festa da outorga da Torá, Festa das Semanas, Atseret (Conclusão) e outros. Cada nome expressa um aspecto da essência da Festa.
“CONTAGEM DO OMER”
A Torá não menciona uma data exata para a Festa de Shavuot, de maneira ao “Sefirat haômer” (a contagem de dias entre Pessach e Shavuot). Começamos a “contagem do ômer a partir do segundo dia de Pessach – dia 16 de Nissan – contando 49 dias, que são sete semanas, e no qüinquagésimo dia festejamos Shavuot. Temos o costume de fazer uma “berachá” (benção) especial, todas as " Contagens do Ômer” tem duplo significado: agrícola e espiritual. As três Festas de peregrinação são caracterizadas pela Torá também pelas estações vigentes na Terra Santa. A estação da safra começa na época de Pessach, quando a primeira cevada é cortada, da qual se leva um “Ômer”(nome de uma medida de volume de mais ou menos 4 Litros) ao Beit Hamicdash, em sinal de gratidão. A partir daquela data começa a amadurecer o resto dos produtos da terra.
Em Shavuot termina a safra com o corte do trigo. A Festa de Sucot, por sua vez, que a Torá chama de Festa da Colheita, vê o encerramento anual de todos os trabalhos agrícolas. Segundo o preceito da Torá, todo dono de terra que colheu qualquer uma das sete espécies, pelas quais se destaca Erets Yisrael – trigo, cevada, uva , figo, romã, azeitona e tâmara – era obrigado a levar as primícias desses produtos( Bicurim) ao Beit Hamicdash aos cohanim (sacertodes). O prazo para levar Bicurim do Beit Hamicdash se prolongava desde Shavuot até a Festa de Sucot. É devido à safra, que chega ao seu ponto alto nesta época, que se chama a Festa da Safra, conforme está escrito: “e a festa do corte dos primeiros frutos, que tiveres semeado no campo” (Ex. 23,16).
No tempo do Beit Hamicdash, quando a maioria do nosso povo vivia em paz na Terra Santa e lavrava a terra, a agricultura marcou profundamente o caráter da Festa. A época de Bicurim era inaugurada com a impressionante cerimônia da apresentação da “oferenda dos Pães”, que a Torá chama de oferenda nova” ( Num. 28,26).
OUTORGA DA TORÁ
Depois da destruição do Templo, quando nosso povo se dispersou entre os povos de mundo e se afastou de sua pátria, a alegria do recebimento da Tora, a qual nos foi dada em Shavuot, se tornou o principal conteúdo desta Festa. O próprio nome “Festa da Outorga da Torá” originou dos Homens da Grande Assembléia que viveram e atuaram no início da era do Segundo Templo, na época quando foram redigidas nossas orações.
“Atseret”é mais um nome desta Festa, que aparece nas fontes Rabínicas. A palavra significa abster-se, isto é, de toda obra, que hoje em dia, desde a destruição do Templo, é a única imposição da Tora, referente a Shavuot, que está em vigor. Há os que consideram a insistência dos nossos Sábios em chamar esta Festa pelo nome de Atseret um eco da grande polêmica fundamental, que havia entre os Saduceus, mais tarde sucedidos pelo caraitas, aqueles na época do Segundo Templo, estes na dos Gaonitas (Séc. VI-XI), e os Fariseus, no tocante à data desta Festa. Devido a uma interpretação errônea da expressão da Torá(“mimachorat hashabat”), os Saduceus e os caraitas consideravam Shavuot uma festa móvel, que sempre tinha de cair em um domingo. Para marcar sua discordância, os nossos Sábios usaram o nome de Atseret, para deixar claro que era diferente do Shavuot das Saduceus e caraitas, e era celebrado sempre cinqüenta dias após Pessach.
Realmente, Shavuot não conta com preceitos específicos, como Pessach e sucot, contudo as comunidades judaicas do Leste e do Oeste supriram, ao longo dos séculos, esta falta e deram expressão ao significado do dia através de costumes e símbolos que exprimem, em uma atmosfera singular, o significado íntimo da Festa.
Um dos costumes mais difundidos, é comer comidas de leite e queijo em Shavuot, havendo para isto vários motivos. Um deles é o seguinte: quando o povo de Israel voltou do Monte Sinai, tendo aceitado as Leis da Torá, inclusive as referentes ao cashrut, não podiam mais usar seus utensílios, e tiveram de recorrer a alimentos de leite.
Um outro costume é enfeitar as sinagogas com plantas e flores bonitas e com enfeites de chamam, no folclore judaico, “shoshanot”(lírios). O verde simboliza a pastagem que havia em volta do Monte Sinai
e as plantas e árvores expressam o que os nossos Sábios dizem, que as frutas das árvores são abençoadas em Shavuot.
VIGÍLIA
Um costume conhecido, aceita em todos os recantos do mundo judaico, é o estudo da Torá, durante a noite inteira de Shavuot. este costume é muito antigo. Os eruditos estudam e se aprofundam na sabedoria da Torá, com grande entusiasmo e alegria. Outros recitam o “Ticun Lêl Shavuot”, que é uma coletânea de trechos do Tanach (Bíblias) e Midrashim (ensinamentos) dos nossos Sábios que foi composto pelos cabalistas em Tsefat, no século XVI. Terminado o estudo, ao raiar do sol encerra-se a vigília com a oração matutina festiva. As comunidades ashkenazim têm o costume de ler a poesia, escrita em aramaico, conhecida pelo nome de ACDAMUT (introdução), que compreende noventa estrofes, que terminam todas elas com a silaba “ta”. Seu conteúdo é uma canção de louvor a D-us por ter escolhido o povo de Israel para ser Seu Povo, uma definição da condição de sua fé em relação à dos outros povos e a expressãoLIVRO DE RUTE
Um outro costume sagrado é a leitura do livro de Rute, em SHAVUOT, que é um dos “cinco Rolos” das Escrituras Sagradas. Há diversas explicações para isso. O acontecimento central do livro ocorre na época da safra, que é a época de Shavuot. o personagem principal é Rute, que aceitou a fé judaica, assim como o nosso povo aceitou sua identidade judia, na Festa de Shavuot. além do mais, o livro de Rute contém a ascendência do Rei David (que era bisneto de Rute) que, de acordo com a tradição, nasceu e morreu em Shavuot, um novo Sêfer Torá nas Sinagogas, com grande festividade, ou, outros ainda, que iniciavam as crianças pequenas, nesse dia, no ensino da Torá, através do ensino das letras hebraicas, num quadro enfeitado, ilustrado e colorido, encimado com as palavras de “Torá tsivá lanu...” -Moisés nos ordenou a Lei, por herança da congregação de Jacob”(Deut. 33:4).
Fonte: Sidur Sefer.
Comemoração de Shavuot na beit de Sumaré
*Tivemos apresentação de danças e teatro infantil encenando a entrega das Leis, além da participação das meninas (crianças) na benção das velas junto com a Chavera Yani*
ano 5770:
A chegada de Yaacov e sua família no Egito foi uma marcha triunfal. Assim foi também a partida, 210 anos depois, de seus filhos, os filhos de Israel, do Egito. Esta era a diferença: a pequena família de setenta pessoas havia se tornado uma nação grandiosa e unificada de três milhões de almas, das quais, 600.000 homens adultos.
Em cada geração uma pessoa é obrigada a considerar-se como tendo realmente saído do Egito. A redenção do Egito e a subsequente experiência da entrega da Torá estabelece a identidade do povo judeu como "servos de D'us", e não "servos de servos".
Após deixarem o Egito, eles jamais poderiam estar sujeitos a este tipo de servidão. Um grande sábio, conhecido como o Maharal de Praga explica exaustivamente como a liberdade adquirida pelo êxodo transformou a natureza essencial de nosso povo. Apesar das conquistas e escravidão impostas por outras nações, a natureza fundamental do povo judeu nunca mudou.
Com o Êxodo, adquirimos a natureza e qualidades de homens livres. Esta natureza é mantida apenas porque D'us está constantemente nos libertando do Egito. O milagre da redenção não é um evento do passado, mas um fato constante em nossas vidas.
Algumas fotos de nossa comemoração:
Para reviver os milagrosos eventos de Purim, ouvimos a leitura da Meguilá (Rolo de Ester), este ano (2010) sábado à noite, 27 de fevereiro, e uma vez mais na segunda-feira, no decorrer do dia 28 de fevereiro. As duas leituras são obrigatórias.
Quando o nome de Haman for mencionado faz-se barulho com o reco-reco.
A leitura é ouvida atentamente para que nenhuma palavra seja perdida.
PRESENTEIE OS NECESSITADOS
Interesse e dedicação para com os necessitados é uma responsabilidade durante o ano todo. Particularmente em Purim, a mitsvá mais importante é lembrar dos menos afortunados. Dê um donativo a pelo menos duas pessoas carentes no decorrer do dia. A melhor maneira de cumprir esta mitsvá é através da doação direta. Se por acaso não encontrar nenhuma pessoa nessas condições deposite algum dinheiro nas caixinhas de tsedacá.
ENVIE ALIMENTOS COMO PRESENTE
Em Purim enfatizamos o mérito da união e amizade judaicas, enviando aos amigos dádivas sob forma de alimentos. Mande no decorrer de domindo, 28 de fevereiro, a pelo menos um amigo, no mínimo duas espécies comestíveis casher (no mínimo, 30g para sólidos e 86ml para líquidos) prontas para comer (por exemplo: doces, frutas, bebidas, etc.).
PARTICIPE DE UMA REFEIÇÃO FESTIVA
Como em todas as festas, uma refeição especial é feita para celebrar Purim (incluindo carne e vinho), quando familiares e amigos se reúnem para comemorar a data.
Algumas fotos da nossa festa (ano 5770):